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quinta-feira, 5 de junho de 2014

"Senhor! Dá-me a esperança, leva de mim a
tristeza e não a entrega a ninguém.
Senhor! Planta em meu coração a sementeira do
amor e arranca de minha alma as rugas do ódio.
Ajuda-me a transformar meus rivais em companheiros,
meus companheiros em entes queridos.
Dá-me a razão para vencer minhas ilusões.
Deus! Conceda-me a força para dominar meus desejos.
Fortifica meu olhar para que veja os defeitos de minha alma e
venda meus olhos para que eu não cometa os defeitos alheios.
Dá-me o sabor de saber perdoar e afasta de mim os desejos de vingança.
Ajuda-me a fazer feliz o maior número de possível de seres humanos,
para ampliar seus dias risonhos e diminuir suas noites tristonhas.
Não me deixe ser um cordeiro perante os fortes
e nem um leão diante dos fracos.
Imprime em meu coração a tolerância e o perdão
e afasta de minha alma o orgulho e a presunção.
Deus! Encha meu coração com a divina fé...
Faz-me uma mulher realmente justa"

(Carlos Drummond de Andrade)
A porta da verdade estava aberta,
mas só deixava passar
meia pessoa de cada vez.
Assim não era possível atingir toda a verdade,
porque a meia pessoa que entrava
só trazia o perfil de meia verdade.
E sua segunda metade
voltava igualmente com o mesmo perfil.
E os meios perfis não coincidiam.
Arrebentaram a porta. Derrubaram a porta.
Chegaram ao lugar luminoso
onde a verdade esplendia seus fogos.
Era dividida em metades
diferentes uma da outra.
Chegou-se a discutir qual a metade mais bela.
Nenhuma das duas era totalmente bela.
E carecia optar. Cada um optou conforme
seu capricho, sua ilusão, sua miopia